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Histórias Irreais

São pedaços de vida, são desabafos de uns e outros, são partilha

São pedaços de vida, são desabafos de uns e outros, são partilha

Conta-me histórias #11

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Hoje temos uma Mulher muito simpática, um blog todo giro, com humor como eu gosto, aborda vários temas um dos quais me fascina também, o Vitrinismo,, espreitem que vale bem a pena. Obrigada pelo texto mulher, eu quarentona me revejo em vários pontos do texto.  E espero o texto quando tiveres 50

 

 

 

"Fiquei muito contente com o convite da Vitória de deixar aqui algumas palavras. Não são só algumas, acabam por ser muitas mas vá... Aí vão alguns pensamentos sobre essa idade gloriosa, os 40 ;-)

 

 

Os 40 são tramados. Não é À toa que lhe atribuem crises de meia-idade. A verdade é que já não somos novos mas também não somos velhos. Deixamos de ir a casamentos e passamos a ir a funerais com alguma frequência.

Não são os da nossa idade que partem mas são os pais dos amigos, os tios, aqueles para os quais sempre olhámos com reverência e admiração. Os ídolos cinéfilos e da televisão começam a ir embora a uma velocidade assustadora, provocando-nos arrepios na espinha.

Os que ficam trazem consigo as marcas da idade e ficamos escandalizados quando olhamos para um Travolta : fogo que o homem está velho, caramba, esquecendo-nos que nós próprios também teremos as nossas mazelas. As mulheres afundam-se em cremes e receitas milagrosas, os homens em ginásios ou em corridas, que agora estão tão na moda. Running, perdão, não são corridas.

É a fase do Agora ou Nunca. Agora é que mando isto tudo para as cucuias, agora é que começo a fazer desporto, agora é que me separo que estou farto de aturar esta gaja (o). Se não for agora é quando? Esta pergunta começa a insinuar-se aí nos 30 e muitos para explodir em toda a sua glória na entrada dos entas. Pois é. A nossa capacidade de aguentarmos fretes diminui que é uma coisa doida, já não estamos para isso, sobretudo não temos tempo a perder. Seja com o vizinho chato, a reunião pro-forma, o familiar que não conseguimos aturar, a má-educação em geral.

Não há c... que aguente, pensamos nós, que em toda a vidinha nunca proferimos tais expressões alegremente idiomáticas...

Há quem tenha tais inquietações mas acabe por varrer para debaixo do sofá. Ou porque é mais confortável ou porque as ditas não são assim tão prementes. Por outro lado há quem, forçado ou não, tenha mesmo de dar uma grande volta na sua vida, rever valores e o diabo a quatro.

A minha compreensão aqui para com estes últimos. Na verdade sobrevivemos sempre. Demora tempo mas acabamos por chegar lá por caminhos que poderão ser mais ou menos tortuosos, dependendo da nossa capacidade de encaixe. Eu cá sou orgulhosamente quarentona (42!) e não trocaria a minha idade por nenhuma.

Perdi muita coisa, ganhei muito mais, recuperei a alegria de viver mas passei suor e lágrimas dignos de telenovela venezuelana. Fico feliz com coisas pequeninas e agarro-me aos afectos. Gostava muito de dizer ah e tal e perdoo, estão todos perdoados e vão com os Deuses mas nãaaaa.

Ainda não cheguei a essa fase. Talvez lá para os 50 esteja na fase namastê. Nessa altura, se a minha querida Vitória deixar, eu faço aqui um post a contar como foi.

 

Por tudo isto , um brinde a nós, Quarentões! Somos os maiores. ;-) "


 

Conta-me histórias #10

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Hoje temos uma menina que gosto muito de ler, a Vânia tem um blog muito interessante, podem espreitar aqui e até sabe cozinhar.

Muito obrigada pelo teu texto, gosto muito e entendo tão bem este sentimento, também eu tenho saudades para sempre.

 

"E tiveram Saudades para sempre…

Toda a saudade, seja ela do que for, magoa. Toda a saudade, seja por que razão for, dói. Toda ela deixa um rasto…

Uma saudade para sempre não tem fim, não se acaba. Alimenta-se de fotografias, filmes, objectos, mas o seu alimento principal são as recordações! Aquelas que sabem tão bem enquanto recordadas, mas que nos fazem sentir tão mal quando acabamos de as relembrar…

Quando somos adolescentes, pensamos que sentir saudades é somente sentir a falta de alguém durante determinado espaço de tempo… Jamais imaginamos que pode existir uma saudade que magoa tanto, que corrói e destrói! Jamais pensaríamos que existiria uma Saudade para Sempre. O sentir saudades de alguém que não se encontra mais connosco fisicamente…

Na Saudade para sempre não existe um abraço de um reencontro, não há um beijo no “Olá”, não há cheiros, não há vozes num “até já”…

E sabem como acaba?

… E tiveram saudades para sempre!"

Conta-me histórias #9

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Esta semana mais um "menino" o Miguel, é Jornalista e escritor, e que bem que ele escreve, já tem um livro publicado, e está prestes a publicar outro.

No meio de tanto que fazer ainda teve a amabilidade, característica deste menino também, de escrever o texto desta semana.

Obrigada Miguel, gosto tanto.

 

 

"Não consigo! Tenho medo...", admitiu-lhe aquela bonita jovem que não devia ter mais de 17 anos. Expressou-se em voz baixa, sem conseguir olhar-lhe nos olhos. Era evidente o desconforto que sentia ao admitir aquela limitação.


O rapaz que devia ter mais um ano que ela sorriu de forma afectiva. De certa forma, reviu-se um pouco naquele momento. Ele próprio, no passado, já tinha perdido tanta coisa porque não teve coragem de arriscar. De enfrentar os seus medos, no entanto agora era alguém pronto para qualquer desafio.

Soube lutar contra as adversidades e afastar os seus fantasmas.
Quase instantaneamente , deu-lhe a mão de forma carinhosa. "A vida é feita de medos, de inseguranças. Não te deixes dominar por isso, pois só assim podes ir mais longe. Levanta a cabeça e vai em frente, não te deixes limitar.

Eu estou aqui, vai correr tudo bem!", disse-lhe com sinceridade. A rapariga respondeu com um sorriso tremulo. Abanou a cabeça de forma mais convincente e começou a escalar a montanha íngreme ."

 

Conta-me histórias #8

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Hoje tenho o prazer de ter a Just_Smile, com um texto muito bom, para refletir e pensar realmente como as nossas crianças cada vez mais estão automatizadas.

Já devem conhecer o blog dela, fala de tudo um pouco, livros, cinema, fotografia, comes e bebes, opiniões, esta mulher não pára, vale a pena ir espreitando. Obrigada Just, pela simpatia e pelo excelente texto de reflexão.

 

"Quando era pequenina gostava da terra, do campo, das flores e do rio. Brincava com bonecas, carrinhos e às casinhas, inventando ingredientes com aquilo que me vinha à mão do campo. Uma folha era o bife, o milho o arroz e aquelas ervas daninhas que ninguém queria ver eram a salada. Desenhava a giz no chão uma ‘macaca’ e mesmo sozinha atirava a pedra e saltava de uma casa para a outra coxeando e tentando manter o equilíbrio.

O meu avô ensinava-me a distinguir os pássaros e ao seu lado estragava aquilo que ele plantava com a minha inocência de criança. Aprendi a nadar no rio, a dez minutos a pé de minha casa, escapando pelos campos de milho para me meter com os meus irmãos e primos numa água gelada onde surgiam cobras que me faziam fugir da água.

Cresci com um grupo de adolescentes, entre primos e irmãos, que apesar de se fartarem de ter uma criança atrás de si me ensinaram muita coisa. Fui uma criança feliz, nem o contrário me passa pela cabeça.

Hoje não vejo crianças no campo. Não vejo crianças no monte. Apenas as vejo do percurso da escola para casa, nada mais. Parecem estar presas numa torre onde não há sol nem natureza. Parecem-me não saber brincar, não terem o conceito de brincar.

A infância transformou-se nos últimos anos. As crianças crescem no meio das novas tecnologias e esquecem-se de ser verdadeiramente crianças. Talvez não sejam elas, afinal elas são reflexo dos nossos actos, dos nossos ensinamentos e valores. Então que valores lhes andamos a transmitir?

Ser criança não é ter mil e um brinquedos e não os saber usar. Ser criança não é passar dias entre computadores, tablets, televisão e outros afins. Ser criança não é só fazer os trabalhos de casa e ir para a música, para a natação, para o inglês, ou todas as outras actividades a que os pais recorrem para transformarem os seus filhos em seres perfeitos, ou para os prepararem para um melhor futuro.

 

Ser criança é ter imaginação. É criar mundos e histórias nas suas mentes quando brincam. É ouvir uma história e ser capaz de pintar a mesma numa folha em branco. É correr, é saltar, sem existir uma competição constante contra alguém. Ser criança é sorrir, é fazer asneiras, é sujar a roupa e esmorrar os joelhos. Ser criança é apanhar sol, meter aquelas mãos sujas de erva na boca e ainda assim continuar a brincar. Ser criança é aprender com aquilo que nos rodeia. É também ver desenhos animados, cantar músicas e ainda jogar no computador, mas principalmente dar asas à imaginação.

Vamos ensinar as crianças a serem crianças?"

 

 

 

Conta-me histórias #7

 

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Hoje a minha convidada é uma menina com Nervoso Miudinho, tem um blog cheio de situações que  a tiram do sério, outros textos mais sérios, opiniões, bem escrito e com humor qb.

 

Muito obrigada "Nervosa", concordo com tantos itens neste texto que acho que tenho nervoso miudinho também, não estás só.

 

 

 

 

 

"Agradeço o convite gentil da Vitória, que se lembrou de mim para esta rubrica.

Como a JP não me sinto confortável em trazer aqui um conto, não estou habituada a colocar em papel, embora muitas vezes divague e crie pequenas histórias.

Optei por texto de opinião. Dar opiniões já nos é uma segunda natureza, já o fazemos inconscientemente, analisamos e integramos as experiências e formamos pensamentos sobre o que passa à nossa volta constantemente.

Falo-vos hoje de civismo. Ou da falta generalizada dele. Esta é daquelas coisas que acicata o meu nervoso miudinho. Assisto, há longos anos a coisas que me incomodam. Falo amiúde delas lá no blog, como as filas, que motivou o post de ontem. É um traço mais latino, ou da Europa do Sul talvez, esta incapacidade da espera paciente e ordeira pela sua vez.

Em Londres, por exemplo, em qualquer tapete ou escada rolante, todos, sem excepção se encostam à direita, deixando a esquerda para quem tem pressa. Ora cá, as pessoas estacionam no meio, e até o com o "com licença" têm dificuldade em mexer-se. Nos países nórdicos as filas são por norma mais ordeiras, desde a espera para o autocarro como para qualquer outra situação.

Em Portugal, há sempre alguém que "só quer fazer uma perguntinha", que tem uma coisa muito rápida para resolver, que acha que tem que ir primeiro, que tenta sempre cortar esquinas. Eu espero pacientemente pela minha vez, e a paciência não é, de todo, o meu forte. A pressa de ser atendida é paradoxal, por pessoas desocupadas, ou por pessoas que perdem a pressa toda logo que estão a ser atendidas ou já foram atendidas e vão queimar tempo para um qualquer café.

Andei muitos anos de autocarro, e sempre impus que quando era a primeira a chegar à paragem, era a primeira a entrar, e acreditam que a luta era diária, sempre dei lugar aos prioritários e sempre me sentei no fundo do autocarro, sendo os lugares de prioridade na frente.

Outra demonstração de falta de civismo é a negação do espaço pessoal ou privado, as pessoas colam-se tanto nas filas que estão encostadas a nós, queremos pagar e estão tão perto que podiam marcar o código pessoal por nós, sendo válido no banco, farmácia, centro de saúde, mesmo com a linha vermelha que indica onde esperar, ignora-se completamente.

Por isso no nosso país há tanto conflito no trânsito, com o estacionamento selvagem para se andar menos 5 metros, as infracções de todas as partes, automobilistas, peões, ciclistas (que na minha opinião são dos mais frágeis mas também os que mais infringem),  como bom exemplo os atropelamentos pelo metro, exactamente porque as pessoas decidem que o outro há-de ter que parar, mesmo com o sinal em contrário.

O problema geracional é uma falácia porque quanto maior a idade, maior a determinação que as filas não se lhe aplicam.  Por outro lado não vejo tantas correcções dos pais de agora a comportamentos de crianças que estão a colocar-se em perigo e a estorvar em sítios muito movimentados, como eu era advertida quando era criança, acho que estas pequenas correcções de que fui alvo foram determinantes para estar ciente do ambiente à minha volta e criar um maior senso de civismo e vida em sociedade.

Daria outro texto, mas actualmente os pais chegam com crianças de colo ao meio dia à praia, quando eu e Ele estamos a sair do sol porque é perigoso. Não sei se serei exigente ou também vos acontecem estas coisas?"

Conta-me histórias #6

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Hoje apesar do feriado temos o Conta-me Histórias e uma menina que vê o Mundo por uma Lente, tem fotos fantásticas, fala sobre livros, filmes, um blogue que vale muito a pena, cheio de desafios e textos muito bons, como vão ver abaixo.

Obrigada JP, pela simpatia e pela excelente reflexão.

Um texto para pensar escrito por quem percebe do assunto.

 

"Um humilde convite à reflexão

O convite da Vitória proporcionou-me a oportunidade de realizar uma pequena reflexão, sempre adiada. Ao contrario dos meus antecessores, não me sinto assim tão à vontade de criar histórias, pelo que optei pelo texto de opinião.

O tema não é novo. Já por mais de uma vez tivemos a oportunidade de ler textos que se relacionam com a realidade com que me deparo todos os dias: a realidade do cuidar.

A verdade é que quando olho para trás, para a jovem que entrou no curso há 11 anos cheia de ilusões e sonhos, tão típicos da juventude (e ainda bem!), percebo o quanto foi duro este caminhar... e continua...

Enfrentar o olhar de alguém doente que deposita em nós toda a esperança de se reabilitar... e nós... simples seres humanos que combatem os seus próprios demónios, com a obrigação de dar uma resposta. Mas... e que resposta? Quando não há resposta? O caminho da esperança, talvez... mas até nisso devemos ter algum tacto. Não a falsa esperança... mas a esperança de que é possível mantermos a nossa dignidade até ao final.

O enfermeiro, tal como os restantes profissionais da área da saúde (desde o auxiliar até ao médico especialista), está ao lado do ser humano acompanhando-o desde a concepção até ao momento da sua partida final para o outro mundo (ou para mundo nenhum).

Sendo assim, questiono...! Será que a população sabe as consequências que este percurso tem na saúde do profissional? E quem cuida destes seres humanos?

Sim, somos seres humanos como os outros, choramos como os outros, e levamos connosco, mais vezes do que se possa pensar, os problemas que absorvemos dos nossos doentes/utentes. Aiiii e agora a saúde mental?

Quantos de nós levamos os nossos parceiros, namorados, maridos, para jantares que supostamente são de lazer e acabamos por utilizar esse espaço como momentos de desabafos? Sim. Por vezes comentamos coisas horrendas tipo os líquidos corporais que observámos ou até a “carnificina” que observamos e fazemos parte em certas ações que temos que fazer para salvar vidas?

Perdoem-nos se, no meio da descompressão rimos de pontapés na linguagem técnica que algumas pessoas dão.... quem nunca ouviu expressões como “a peneira do sono”, “ursa no estômago”, “castrol” ou “argália”, só para nomear algumas...

Somos seres humanos... Pensamos, sentimos e também sofremos convosco e com os vossos! Por isso, quando tiverem que se cruzar com esses profissionais... pensem na coragem que têm, muitas vezes também eles, por vezes, com famílias doentes, problemas pesados, poucas horas dormidas para estudar para serem melhores... e tenham compaixão e agradecimento!

Sim, porque somos seres humanos!!!!!"

JP

 

Feliz Páscoa

Conta-me histórias #5

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O Conta-me histórias hoje é com um "menino", tem o blogue  Partícula do Infinito, tem sentido de humor, o que muito aprecio, e esta semana achei por bem dar a palavra a um homem. E ele correspondeu, escreveu um conto tão fofinho, um texto amoroso, típico de...mulher.

Muito obrigada Moralez pela simpatia e pelo texto, gostei muito.

 

"O encontro adiado…

 

Nunca tinha ficado impaciente com um encontro, mas nesse dia sentia-me um pouco inquieto. Tínhamos combinado às 15h na casa dela, ela e a melhor amiga estavam à minha espera para um passeio de Domingo à tarde. Nem sequer era um encontro, era uma saída de amigos, não iriamos estar a sós e eu tinha quase a certeza que ela nem sequer tinha percebido que estava interessado nela, mas sentia um friozinho na barriga.

Como detesto chegar atrasado saí de casa mais cedo, peguei no carro e lá fui eu, tinha carta de condução há um mês, mas já conduzia desde os 16 anos (não me orgulho disso, percebo a irresponsabilidade que era) nunca tinham tido sequer um toque, fará um acidente.

Mas quis o destino que, nesse dia, eu estivesse no local errado e na hora errada. Lembro-me perfeitamente do acidente, tinha ultrapassado uma fila de carros estacionados e estava parado para virar à esquerda, quando surge detrás da lomba na estrada uma moto na minha direção, por causa da lomba o motociclista não me viu e bateu de frente contra o meu carro à velocidade que vinha, a moto ficou enfaixada na frente do meu carro e o motociclista voou por cima do carro.

Montou-se de imediato um circo à volta do acidente, uns diziam que a culpa era minha, outros diziam que a culpa era dele, polícia, ambulância, um monte de gente. O rapaz teve de ir de urgência para o hospital, felizmente não teve nada de maior, acabou por ser só um grade susto, os pais dele resolveram as coisas com os meus pais e confirmou-se que a culpa não tinha sido minha.
Entre o acidente e a resolução passaram-se umas 2h, de seguida fui para a casa ouvir música para relaxar, estava triste por ter falhado o compromisso mas não tinha como as avisar, na altura os telemóveis eram umas caixas gigantes que se colocavam nos carros, ninguém com 18 anos tinha telemóvel, Internet também não era um meio de comunicação comum, a forma de comunicação mais rápida era o bom e velho telefone, mas não tinha o telefone de nenhuma das duas, haveria de falar com elas depois, a verdade é que estava bastante preocupado com o estado do rapaz, porque embater a 80km/h num carro parado é complicado, ele vinha claramente em excesso de velocidade.
Felizmente a B, minha amiga e vizinha, assistiu ao acidente era também amiga e colega de turma dela. No dia seguinte quando ela lhe falou sobre a minha falta de consideração a B contou-lhe do acidente.

Soube mais tarde que ela e a amiga me rogaram 20 pragas, estavam muito chateadas com a minha falta de consideração, mas que num momento de lucidez ela terá dito - Que más que nós somos, se calhar aconteceu-lhe alguma coisa. E se teve um acidente? Espero que não lhe tenha acontecido nada.
No dia seguinte terá tremido ao saber do acidente, mas mesmo assim não me livrei de ouvir que deveria tê-las tentando avisar no próprio dia.

 

A nossa primeira saída ficou adiada por uma semana, na semana a seguir saímos e tudo correu bem.

Este foi o primeiro de muitos encontros e desencontros, afinal eu tinha motivos para estar impaciente, bem lá no fundo já sabia que ela não era só especial, ela era mesmo a tal."

 

Conta-me histórias #4

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Esta semana temos a Mula, que além dos desabafos é má língua, tem umas curtas giríssimas e ainda sabe cozinhar.

Obrigada pela simpatia, e pelo conto tão ao meu gosto, adoro este género.

 

 

 

"Murmurei baixinho o teu nome e pedi-te para ficares, mas tu não ouviste. Bateste a porta e saíste sem que eu conseguisse explicar-te os meus motivos, os meus sentimentos. Eu não fiz nada! Agora, o bater da porta martela-me na cabeça durante o dia, durante a noite nos meus sonhos, nos meus pesadelos. Eu não fiz nada! O bater da porta martela-me na cabeça para que nunca me esqueça que partiste, para que nunca me esqueça quão tonta fui por não te ter impedido, por não ter feito nada!
 
E já não estás aqui... E nunca mais estarás aqui!
 
E agora? O que me resta agora? Viver a minha vida com o perfeito vazio de ti! Viver a pensar o que seria de nós se ainda estivéssemos juntos, se não tivesses batido a porta naquele dia. Se ainda existisses na minha vida. Se ainda estivesses aqui. Se... Se... Se... Mas a vida não é feita de "ses" e cada "se" que me prende, mata um pouco mais a minha alma. Porque já cá não estás, e nunca mais estarás.
 
Às vezes acho que tentei, que tentei prender-te para mim e que te gritei para ficares... Creio apenas que não saiu som! Será que eu não queria que ficasses e por isso não me esforcei mais? Não tentei mais? Não gritei mais alto? Não te implorei para que ficasses? Acho que nunca te mereci... Acho que no fundo sempre soube que era injusto ficar contigo, porque eu nunca fiz por merecer o teu amor. E então não fiz nada!
 
Bem... Fiz... Fiz com que te fosses embora... para sempre! E sabes que mais? É que apesar de parecer cliché aquilo não significou nada. Sexo por sexo, meu amor. Acho que precisava de continuar a provar-me que não prestava e que não te merecia. Tu que sempre foste tão bom para mim. Eu nunca mereci que as pessoas fossem boas para mim. Nunca fiz nada para merecer o amor e a compaixão dos outros. Sempre te avisei disso... Chamavas-me tonta, dizias que eu era especial e que não o sabia. Vês como nunca fui especial? Como nunca fui boa? Acho que inconscientemente querer-te-ia magoar por seres demasiado bom. Porque seres tão bom, lembrava-me o quão má, o quão feia eu era. O quão feia e má eu sou. E agora já cá não estás! E eras a única coisa que realmente importava. Eras a única pessoa que realmente me poderia salvar - como se ainda houvesse salvação.
 
E agora? O que me resta agora? O vazio. O vazio e a tua foto na tua lápide de pedra naquele maldito jardim que te enterra."
 

Conta-me histórias #3

 

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Hoje  a convidada é uma menina com uns contos fantásticos, emociono-me a ler alguns.

O blogue Gesto olhar e sorriso, para além do nome que acho maravilhoso, tem textos que vale a pena ler. O texto de hoje é uma boa amostra da qualidade da escrita da autora, Obrigada Carolina, adorei.

 

"Por entre a multidão, naquele concerto, um ao outro, destacaram-se como que numa luz infinita.
Quando se conheceram houve algo no olhar de ambos que prometera mutuamente: “hei de te conhecer melhor que ninguém, não vais largar mais a minha mão quando eu responder a esse ato de as entrelaçar, a minha na tua.”
Perfeito, dito e feito.
Tornaram-se unha com carne, amigos inseparáveis, não precisavam expressar palavras para falarem, o silêncio dizia tudo o que era preciso pois os sorrisos e os olhares eram mais especiais que todo o mundo à volta.
Secretamente e timidamente amavam-se, mas nenhum deles conversava sobre isso, a ligação que tinham era forte demais para se perder.
Corriam pela areia como crianças que confrontam o infinito correndo livremente pela rua. Nos entretantos, entre risos e brincadeiras o beijo aconteceu e das gargalhadas nasceram as lágrimas puras, porque ambos sorriram em silêncio, como neles era tão natural, coisa que só eles sabiam explicar, no entanto era algo que não precisavam de o fazer.
Irmãos de sangue, melhores amigos, namorados se tornaram. O sabor cru e diferente de se amarem noutro prisma do amor trazia-lhe uma nova sabedoria, não tão díspar como a de outrora, mas era confuso, bom…
Ele amava-a perdidamente, ela tornava-se sexy mesmo desarrumada, cheia de borbulhas ou apenas com a camisola dele vestida, mas quando se vestia para sair conseguia ser ainda mais a mulher mais bonita do mundo. Com todos os seus defeitos, feitio casmurro e teimoso, ele era o melhor namorado do mundo, nunca confiara tanto em alguém como nele, sentia-se protegida e amada nos seus abraços.
Como poderia tudo isto mudar? Quando o amor passou a ser demais, a não caber no peito, quando o medo de perder quem se ama agarrava-se à desconfiança. Tinham igualmente medo de se perder mutuamente, discutiam, discordavam, choravam e entrelaçavam-se em abraços, até ao dia em que perceberam que não podiam dar cabo de tudo aquilo que tinham, que a amizade inicial era mais forte que o que mais tarde crescera.
Seguiram caminhos diferentes mas prometeram jamais criar distância entre eles, quem os amasse um dia mais tarde tinha de respeitar essa amizade que compreendia todo o amor existente na pele e no corpo. Talvez eles não soubessem que estavam destinados um ao outro, o medo de perder é o primeiro passo para a derrota, a vida sempre desvenda algo que está guardado para ser nosso. Por enquanto amavam-se nessa amizade de irmãos porque não é vergonha continuar a ser-se amigo de um ex-namorado, vergonha é apenas lembrar dos maus momentos quando se foi tão feliz."

Conta-me histórias #2

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Esta semana convidei uma menina nova na "blogocoisa", tem uns textos que adoro, é a Alma Errante, espreitem o blogue que vale a pena, muito. Partilha um pensamento, bem ao jeito dela, intenso e cheio de alma. Obrigada Errante mais certa que conheço.

 

"Era uma vez…

… Nahhhh!

 

Histórias (ir)reais não começam assim. A vida não começa assim. Nada começa assim.

 

Existe um começo? Existe um fim? Ou existe apenas um emaranhado de tempo e espaço?

O meu início pode ser o teu fim. O fim disto, será o início daquilo. O amanhã nada mais é, que o ontem do dia que se lhe segue.

 

…Fim.

Infinito."

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